Morte de Tuca Araújo deixa enorme lacuna na música surubinense
03/06/2021Artur Amaro de Araújo Filho, o Tuca, de 49 anos, guitarrista da banda de rock Hanagorik, que morreu na manhã desta quinta-feira (3), vai deixar uma lacuna enorme na cultura surubinense. Além de instrumentista dos mais competentes, era um pesquisador do assunto e deixa pronto o livro “Surubim, um século de música” que pretendia lançar este ano. A obra é um resgate do trabalho dos músicos do município desde as referências mais antigas.
Ele também ultimamente, vinha se dedicando a produção de documentários. Em 2019, dirigiu “ATOM (All The Old Memories) – Hanagorik, o documentário” que conta a história do grupo. O material está disponivel no canal da banda no YouTube.
Agora Tuca, estava em fase de produção de outro filme, desta vez sobre a banda Ice Kiss, na qual fez as primeiras apresentações com guitarra.
Tuca tinha um estúdio em casa e lá, além de compor e gravar músicas no estilo em que ficou conhecido, o rock, realizava releituras de canções populares como Asa Branca (veja vídeo).
Em 2009, fez arranjos e produziu com o também aclamado Zé da Flauta, o CD “Alceu ao nosso jeito”, do Hanagorik, só com músicas de Alceu Valença. O produto foi bastante elogiado pelo homenageado.
Com a Hanagorick, foram quase três décadas desde a fundação. Nesse período, o grupo lançou 7 álbuns , fez 4 turnês pela Europa e shows ao lado do Six Feet Under, Stratovarius, Sepultura e Shaman.
Entre fevereiro de 2004 e maio de 2006, apresentou na Integração FM, ao lado de André Arcelino, Otoniel Santana e Josemar Bezerra, o programa “A Casa do Rock”, um painel musical das várias vertentes do rock atravessando seus diversos períodos, com entrevistas, resenhas musicais e divulgação de festivais.
Estudou na adolescência no Colégio Pio XII, de onde também se tornou professor de música. “Coração de menino, roqueiro dos bons, respeitadíssimo entre os músicos brasileiros e europeus, principalmente na Alemanha, muito devoto de Nossa Senhora. Descanse em paz meu amigo, a luz perpétua o ilumine! Que o Bom Deus o acolha na sua morada santa e conforte sua esposa Lu e seu filho Gabriel, fera na guitarra com menos de 15 anos, herdeiro legítimo desse grande artista”, postou nas redes sociais o irmão Marista, Gerson Lima, ex-diretor daquele estabelecimento de ensino.
Apesar de sofrer de uma doença pulmonar obstrutiva e crônica, (leia abaixo), Tuca não parava. O seu legado será perpetuado.
Morte
Tuca sofria há vários anos de problemas respiratórios que lhe causaram algumas e prolongadas internações hospitalares. Por volta das 8h30 desta quinta-feira (3), ele passou mal em casa e foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro do Coqueiro.
Logo após dar entrada na unidade de saúde, sofreu uma parada cardíaca, foi reanimado, intubado, mas faleceu em seguida. Como manda o protocolo sanitário, foi realizado exame para Covid-19, já que ele estava com falta de ar, mas o resultado ainda não foi divulgado. Tuca havia recebido há cerca de duas semanas, a primeira dose da vacina contra o coronavírus.
Mesmo sem a confirmação de Covid-19, mas por ter apresentado um sintoma clássico da doença, as normas de saúde vigentes recomendam o sepultamento sem a realização de velório, e assim foi feito no final da tarde de hoje. O féretro foi levado da UPA em uma carreata que percorreu a PE-90, Rua Oscar Loureiro e Avenida São Sebastião e recebido em frente ao Cemitério São José, ao som de músicas fúnebres tocadas por amigos.
Saiba mais sobre Tuca Araújo clicando aqui.
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