Polícia Civil e MPPE divulgam detalhes de desvio dinheiro da previdência de Orobó; veja quem são os investigados
07/11/2018Da Redação com informações do G1/PE e do portal FolhaPE
O ex-presidente do Instituto de Previdência Social de Orobó (Ipreo), Gustavo José da Silva, de 25 anos, foi preso temporariamente nesta quarta (7) por desviar o dinheiro que seria destinado às aposentadorias de servidores públicos. Além do presidente, foram presos Miriam Gisele de Abreu, 24, esposa de Gustavo José, Jessica Celerino dos Santos, 25, Vanielly Priscila Rodrigues da Silva, 24, José Arthur Barbosa dos Santos, 26, e Jailson Flor da Silva, 22 que recebiam a verba ilícita, segundo a Polícia Civil e o Ministério Público de Pernambuco constataram durante a Operação Anticorrupção. Segundo o MPPE, Gustavo José pediu exoneração do cargo há cerca de 20 dias.
A investigação teve início quando funcionários públicos informaram ao Ministério Público sobre a falta de resposta de pedidos de aposentadoria. “Estavam sendo incluídas pessoas jovens, que não são funcionárias públicas e sequer têm idade para se aposentar”, afirma o promotor de Justiça de Orobó, Rodrigo Altobello, durante uma entrevista coletiva no Recife, após a prisão dos envolvidos.
A prática, segundo o promotor, era feita há pelo menos três anos. “A princípio, o presidente do Ipreo agia em benefício próprio, acrescentando dígitos que aumentavam o salário dele em R$ 10 mil ou R$ 20 mil, e depois, ao notar que não havia punição, passou a beneficiar a esposa e outras quatro pessoas, amigas deles”, alega o promotor. As investigações comprovaram que os envolvidos no esquema eram todos amigos e costumavam postar fotos em redes sociais de viagens e passeios que faziam juntos.
Polícia e Ministério Público calculam que a fraude pode ter gerado um prejuízo de, a princípio, R$ 2,6 milhões aos cofres públicos. “Com isso, as pessoas que estavam na idade para fazer o pedido de aposentadoria acabavam não recebendo o benefício. Isso acabou prejudicando os servidores como um todo”, alega o promotor.
O ex-presidente do Ipreo pediu exoneração do cargo há cerca de 20 dias. “Tão logo ele recebeu um ofício do Ministério Público no bojo do inquérito civil, ele pediu exoneração. E a partir daí que a gente começou a correr atrás e viu que tinha que ser com urgência”, afirma Altobello.
Os mandados de prisão foram cumpridos em Orobó e em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata. “Apreendemos celulares, joias, documentos, computadores e tudo que possa nos ajudar a aprofundar essa investigação”, diz o delegado José Rivelino, diretor de polícia do interior.
As seis pessoas detidas durante a operação foram presas pelos crimes de associação criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Se somadas, as penas podem chegar a cerca de 30 anos de reclusão para cada um dos envolvidos.
Segundo o promotor de Justiça, as investigações devem continuar. “A partir de agora, a gente vai ver se são apenas esses [seis beneficiados] essencialmente ou se existem mais envolvidos. Já temos certeza dos R$ 2,6 milhões, mas não sabemos se esse buraco pode ser um pouco maior”, pontua.
O prefeito de Orobó, Cléber Chaparral (PSD), está em Brasília e afirmou por telefone que a Prefeitura do município tem colaborado com o MPPE e a Polícia Civil desde o início das investigações.
A operação contou com 40 policiais civis, entre eles sete delegados, sob a coordenação do titular da Delegacia Seccional de Limoeiro, Paulo Gondim que concedeu entrevista à Rádio Integração FM na tarde desta quarta-feira. Ouça:
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