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Centro de Estudo de História Municipal comemora 48 Anos

18/08/2024

Miguel Meira ladeado por Ígor Cardoso à sua direita e Herivelton França à sua esquerda, preside a reunião comemorativa aos 48 anos de existência do CEHM. Identificados entre os presentes os historiadores Yony Sampaio e Valéria Barbalho (Foto: Reprodução/ Divulgação)

No último dia 14 de agosto o Centro de Estudo de História Municipal – CEHM comemorou 48 anos de existência atravessando um momento de incertezas.

Desde o ano passado, após a aposentadoria do seu gerente-coordenador, Miguel Meira Vasconcelos, o CEHM ficou acéfalo, chegando ao ponto de sua reunião quase cinquentenária ter sido realizada no auditório do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano – IAHGP.

Nesse encontro foram discutidas várias alternativas para a sua sobrevivência tendo em vista as dificuldades enfrentadas pelos historiadores associados ao Centro. Uma das maiores delas diz respeito ao rompimento do convênio com a CEPE, editora que publicava anualmente vários livros abordando a História dos municípios pernambucanos selecionados pelo CEHM.

A contribuição à preservação da memória dos municípios parece ter saído da área de interesse do atual governo estadual. Vinculado à Condepe/Fidem – Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa de Pernambuco, órgão do governo estadual, o CEHM, neste ano de 2024, entrou em processo de esvaziamento. Apenas três reuniões foram realizadas até o momento, quando em anos anteriores, a cada mês os historiadores reuniam-se para discutir suas questões, selecionar textos históricos, indicar títulos a serem publicados, todos de alta relevância para a memória pernambucana.

O CEHM se constituiu, sobretudo para os estudiosos do interior pernambucano, numa porta que se abria à publicação de seus livros registrando a História de seus municípios. Dessa forma, pela “Coleção Biblioteca Pernambucana de História Municipal” foram publicados em seus 37 títulos, a história de municípios como Vitória de Santo Antão, Canhotinho, Lagoa dos Gatos, Pesqueira, Petrolina, Nazaré, Caruaru, Ouricuri, Frei Miguelinho, Garanhuns, São Bento do Uma, Bonito, Quipapá, Tabira, João Alfredo, Araripina, Altinho, Itapetim, São José do Belmonte, Cortês, Flores, Tacaimbó, Pombos, Limoeiro, o que seria suficiente para que o CEHM fosse tratado com a maior atenção e respeito.

Além dessa coleção, outras como “Tempo Municipal” com publicações extraordinárias como Roteiros de Velhos Cantadores e Poetas Populares do Sertão (Luís Wilson), Pernambuco no Tempo do Cangaço (Geraldo Ferraz), Introdução à História Territorial do Sertão Nordestino (Yony Sampaio) entre outros 33 títulos; “Documentos Históricos Municipais” com 11 títulos e História da Imprensa de Pernambuco com 14 títulos enriquecem sobremaneira a historiografia do nosso estado.
Uma dessas coleções publicadas, Cronologia Pernambucana – Subsídios para a história do Agreste e Sertão, de Nelson Barbalho, constando de 22 volumes é uma referência obrigatória para pesquisas de historiadores dessas regiões.

O Centro de Estudos de História Municipal – CEHM é um monumento abandonado pelo governo que ainda não percebeu sua importância dentro do contexto da preservação da memória de um povo, cuja história é, certamente, a mais importante do país.

Espera-se que haja uma mudança rápida no tratamento que se dispensa ao CEHM e que se retome imediatamente o convênio com a CEPE para que voltem as publicações que enriquecem a cultura pernambucana.

Os dois membros do Agreste Setentrional associados ao CEHM, integram o corpo de redatores do Correio do Agreste. O poeta Dodó Félix correspondente de Bom Jardim e Fernando Guerra, editor desse jornal que no momento escreve a História de Surubim nos Séculos XVII, XVIII e XIX.

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