Na data de hoje 200 anos atrás: a passagem de Frei Caneca por Chéus e Bateria, na zona rural de Surubim
29/09/2024Na continuidade da publicação de textos do historiador Fernando Guerra extraídos do seu trabalho “O Agreste Setentrional e a Confederação do Equador”, na postagem de hoje, iremos falar sobre a passagem de Frei Caneca e demais integrantes da Divisão da Confederação do Equador por Chéus e Bateria, na zona rural de Surubim.
29 de setembro
SURUBIM
Pela manhã levantaram acampamento e para continuar a marcha a divisão retornou à margem transitável do Capibaribe em seu lado esquerdo no atual município de Surubim.
Por esse tempo não se tinha conhecimento de qualquer início de povoação em torno da atual sede do município. Muito embora, seu perímetro situado ao sul já era conhecido desde o século XVII. Esse percurso que acompanha a ribeira do Capibaribe, o mais pernambucano de todos os rios que compõem as bacias hidrográficas do estado, certamente, na época, era dos mais usados caminhos das boiadas trazidas dos sertões para o litoral, por onde aventureiros, tangerinos, boiadeiros e vaqueiros, transitavam entre o sertão e o litoral.
Ao passarem pelo lugar chamado Xéos (Chéus) foram procurados por Carlos Leitão residente em Bataria (Bateria) que abandonara sua casa “por ser perseguido pelos calhambolas que depois de lhe matarem um filho destruíram uma propriedade. Ele nos fez cumprimentos e nos deu todas as informações dos trabalhos dos inimigos e que este nos podia atacar em Couro Danta”.
Sobre Chéus, hoje, distrito de Surubim, constata-se que em seu casario nada se preservou do passado, enquanto Bateria e Couro Dantas, todas as suas construções ribeirinhas foram cobertas pelas águas da represa do Jucazinho.
Foram jantar em Bataria (Bateria) légua e meia de jornada adiante, ainda no atual município de Surubim.
Ao chegarem nas proximidades de Bateria, “pela ruindade dos caminhos quebrou-se a carreta de calibre 6 e não havendo meios de a conduzir, foi desamparada depois de se haver encravada e enterrada”. Como não se teve notícias posteriores sobre a recuperação dessa peça de artilharia ligeira, de grande mobilidade, é possível que esteja soterrada às margens do Capibaribe ou engolida pela represa do Jucazinho. Certamente era um canhão de fácil transporte, de tiro rápido e de grande alcance, montado em carreta transportada por cavalo(s).
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