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Na data de hoje 200 anos atrás: Confederação do Equador – colocada em prova pela primeira vez o poder de fogo da tropa

25/09/2024

Continuando com a publicação de textos do historiador Fernando Guerra extraídos do seu trabalho “O Agreste Setentrional e a Confederação do Equador”, na postagem de hoje, iremos tratar dos acontecimentos em Limoeiro.

O Agreste Setentrional em 1824

LIMOEIRO

Dia 25 de setembro de 1824

Na data de hoje, 25 de setembro, no ano de 1824, os combatentes da Confederação do Equador, após atravessarem a zona da Mata Norte pernambucana, chegaram ao Vale do Capibaribe no atual Agreste Setentrional do estado, marchando três léguas e meia de Pindoba das Flores até Limoeiro.

Nessa Vila foi colocada em prova pela primeira vez o poder de fogo da tropa.

Embora o contingente republicano não tenha se aproximado do Curato do Bom Jardim, esse teve uma atuação significativa entre os que criaram obstáculos à passagem dos republicanos, sobretudo pelo Vale do Capibaribe.  As forças mobilizadas naquela localidade, não somente atacaram os confederados em Limoeiro mas seguiram fustigando a tropa até mesmo depois de Couro Dantas como relatamos neste trabalho.

Sobre esse confronto, registra Frei Caneca “que por influência de um frade franciscano natural da Bahia de Todos os Santos, Frei Jerônimo de São José, capitão de guerrilha, haviam tropas no Limoeiro vindas do curato de Bom Jardim para nos proibirem a passagem. Por este princípio, contando nós com o inimigo à frente, dispusemos a força em ordem de batalha e assim entramos debaixo de fogo”.

“Perdeu o inimigo 34 soldados contra alguns feridos da coluna em marcha. O Frei Jerônimo que estava na vila foi o primeiro que correu a todo o galope desamparando os seus comandados. Nós tivemos seis feridos entre os quais o mais notável foi o major Joaquim Parahiba, comandante do 2º Batalhão”.

Enquanto se encontravam na Vila, dois soldados da divisão se “questionaram sobre vivas a Manoel de Carvalho” e trocaram tiros. Um de Brejo de Areia chamado Pororoca e outro de Pernambuco. “Pororoca morreu no local enquanto o de Pernambuco durou alguns dias vindo a morrer no lugar chamado Tanques”.

Na época, Limoeiro “constava de uma só rua muito comprida, com uma igreja matriz, ao entrar na dita rua, as casas são de má edificação, a maior parte velhas e de taipa. O melhor edifício que ali se encontra é a casa do Inglez Kerne onde há uma machina de ferro para descaroçar algodão, bater e ensaccar o mesmo, e para fazer azeite e muitas outras cousas, sendo essa machina de grande preço e muito valor (sic).

O pernoite fora feito na vila e no dia seguinte continuaram a marcha.

Dia 26 de setembro

Na trajetória empreendida pela chamada Coluna de Frei Caneca, ao sair da Vila do Limoeiro, subindo às cabeceiras do Capibaribe, foi atacada em Espinho Preto sem perdas.  Em Canafístula, meia légua adiante, Caneca foi hospedado pelo capelão, o frade franciscano Frei José Pinto, tendo pernoitado no local, juntamente com a tropa.

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