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Sábado, 12 de Outubro de 2024 05:28

Na data de hoje 200 anos atrás: Frei Caneca e tropas da Confederação do Equador chegam ao Cariri paraibano

05/10/2024

Continuamos com a publicação de textos do historiador Fernando Guerra extraídos do seu trabalho “O Agreste Setentrional e a Confederação do Equador”, na postagem de hoje, iremos falar sobre a chegada da Divisão Confederada ao Estado da Paraíba.

5 de outubro

No dia 5 de outubro, Frei Caneca e as tropas da Confederação do Equador já haviam deixado para trás o Agreste Setentrional pernambucano e se encontravam no Riacho de Santo Antônio, em pleno Cariri paraibano. A região do Cariri do estado da Paraíba com baixa precipitação pluviométrica, tem seu bioma identificado com o semiárido mais seco nordestino. Enquanto o Cariri cearense assemelha-se à região de brejo com mais chuvas contrapondo-se entre si, como se faces diferentes de uma mesma moeda.

Paisagem da zona rural de Riacho de Santo Antônio, no Cariri paraibano (Foto: Egberto Araújo/ Flickr)

Sabe-se que o caminho acompanhando o vale do Capibaribe, desde 1738, constava de um Roteiro para o Sertão de Rodelas, inclusive com mensurações em léguas. Nesse cenário ocorreu parte de um dos mais dramáticos episódios da História nacional, tendo Frei Caneca, herói da Revolução Pernambucana em 1817 e mártir da Confederação do Equador, juntamente com a Divisão Constitucional do Equador, trilhado essa estrada em demanda do Ceará. De lá veio preso para ser fuzilado em Recife.                                                                                                              A marcha confederada insere o Agreste Setentrional no mapa da História do Brasil por ter sido o cenário de um de seus mais dramáticos capítulos históricos, nos caminhos por onde atravessaram as tropas libertárias de 1824, motivo de honra e orgulho do povo pernambucano.

As revelações dessa campanha militar cujo desfecho é uma chaga aberta na memória nacional ainda dói no peito dos pernambucanos: tanto pelos requintes da traição da qual foram vítimas os líderes confederados, quanto pela mutilação que sofreu a província de Pernambuco ao perder a Comarca do São Francisco. Como punição imposta pelo Imperador Pedro I, a província que possuía uma área de 250 mil km² passou a ter os atuais 93.311 km².

Passaram, portanto, D. Pedro I e D. João VI a ser os dois maiores algozes da Província de Pernambuco. Se D. João VI como punição pela Revolução Pernambucana de 1817 desmembrou a Província de Alagoas de nosso estado. D. Pedro I completa-o seguindo o mesmo caminho com a Província do São Francisco.

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